O
ULTIMO IMPÉRIO – VANDERLEI DORNELES
Já quero começar esta resenha,
recomendando o livro em questão com FORÇA!!! O autor começa destacando a
soberania de Deus no decorrer da história,e que a mesma está subordinada aos
seus desígnios sem contudo interferir na livre ação humana, ele destaca que nos
últimos dias a falsa trindade representada pelo dragão, a besta que sobe do mar
e a besta que sobe da terra se levantará para perseguir o povo de Deus, isso é
perceptível quando entendemos que o Apocalipse é um livro em formato quiástico,
e todo seu conteúdo se relaciona mutuamente, porém sua ênfase encontra-se no
centro do livro, a saber o Grande Conflito (Apocalipse 11:19 – 15:4), enquanto
o primeiro bloco trata da igreja na terra, o segundo fala da igreja no céu,
Vanderlei relaciona a perseguição da trindade satânica ao remanescente como
sendo causada por causa da pregação das três mensagens angélicas, mas também
por Satanás saber que resta pouco tempo para ele.
No
clímax do Grande Conflito, Deus levanta um movimento profético, representado
pelos três anjos para proclamar a ultima verdade presente, a saber o evangelho
por tantos distorcido e/ou ignorado, a partir disto, a marca da besta que é um
oposição à lei de Deus será instituída universalmente em forma de contrafação,
então a igreja será revestida de poder ao receber a chuva serôdia e
desempenhará o papel do 4º anjo, é esta ação que resultará na perseguição,
muitos embora aflitos, lembram que o mesmo Deus que esteve na fornalha estará
com eles.
No
segundo capítulo, ele expressa que as profecias tem norteado e orientado a
igreja Adventista desde seu nascimento, e que é a partir do método historicista
validado pelo anjo em Daniel que o usa para explicar o significado das visões
do profeta, que se consegue encaixar a identidade da Besta de Apocalipse 13
como sendo os Estados Unidos, e embora esse método seja exclusivamente
Adventista, outros interpretes já haviam indiretamente relacionado a besta de
dois chifres ao protestantismo reformado na Europa e no Estados Unidos, inclusive Ellen White é
enfática em concordar com o papel do protestantismo e do EUA na formação da
Imagem da Besta, é justamente a piedade desprovida de eficácia que promoverá uma
união ecumênica com as igrejas moldadas pelo espiritismo através da crença na imortalidade da alma, o meio pelo
qual isso se sucederá serão os milagres.
A
identificação da ideia mística de que os Estados Unidos é uma contrafação da
terra prometida por meio da linguagem usada em textos quer sejam religiosos,
quer não, apontam para a obra prima de satanás, segundo o livro, Colombo se
sentia destinado a descobrir a “nova terra”, imergido nos textos de Joaquim de
Fiore e expressões bíblicas, ele demonstra ser um cristão fervoroso que se
preocupa em ultima instancia em implantar o reino de Deus na terra.
Quando
Colombo chegou a America, pensou que aqui fosse o paraíso perdido, o novo Éden,
ele entendeu que ali se iniciava o milênio de paz. As expressões religiosas que
encadeiam os textos precursores da cultura norteamericana, desconectadas de seu
contexto bíblico, exercem uma função no sentido de atribuir à descoberta, um
sentido sobre-humano e messiânico como sendo uma realização divina.
As
motivações dos colonizadores puritanos, assim como as do descobridor Cristovão
Colombo, estavam fundadas nas histórias
bíblicas, também usadas por eles como narrativas mitológicas. Os puritanos
enxergavam os Estados Unidos como o Israel de Deus, faziam uma analogia de sua
experiência com o êxodo, passando a possuir a “Terra Prometida”, sendo também
denominados de Eleitos de Deus, ou Nação eleita, esta ideia remonta à
Inglaterra de Willian Tindaly, a qual é retomada pelos puritanos e empregada em
novo contexto, i.e a America do norte. Estas ideias são uma contrafação do
verdadeiro sentido de Apocalipse ao dizer: “Novos céus, e nova terra”, embora
tenham chegado à America como cordeiros, suas ações mais os aparentava como
lobos.
A
crença de que a fundação da nação norteamericana correspondia à realização do
reino de Deus, mostra que esse reino prometido nas escrituras deixava de ser
uma realização divina numa era pós-pecado para se transformar numa realização
terrena, uma contrafação humana do “novo céu” e da “nova terra”, a serviço dos
interesses do inimigo de Deus. Sob a pretensa autoridade de serem dignitários
de Deus, os puritanos massacraram os índios e começaram a tomar o território
americano e transformá-lo.
Todo
oponente ao império norteamericano e seus ditames é tido como dissidente ou
inimigo, depois da contracultura, ou era da pós modernidade, a America
reestruturou alguns significados, entre eles, um que já foi sinônimo de
fidelidade as escrituras é tido como extremismo, é assim que são conhecidos os
fundamentalistas, aqueles que tem tomado a bíblia como sendo um texto literal,
inclusive o Genesis que é um dos fatores determinantes para eles considerarem
fundamentalista, essa é uma característica Adventista, assegurar a literalidade
do Genesis, todavia Ellen White já pregava que seriamos tidos como rebeldes por
não seguir o sistema,a ponto de sermos denunciados, presos e até mortos! O
Fundamentalismo é baseado na defesa das doutrinas fundamentais, o que o
diferenciou do evangelicalismo foi sua militância contra a teologia liberal e a
mudança cultural trazida pela modernidade, é por causa da crença no sábado como
memorial da criação, que os adventista tem sido tidos como precursores do
fundamentalismo evangélico.
Segundo
o historiador Ronald Numbers, em seu livro The
Criacionist,a crença de que a terra tem 10.000 (dez mil) anos ou menos de
idade , espalhou-se rapidamente durante o sec. XX, desde seu começo nos
escritos de Ellen White, fundadora do adventismo do sétimo dia,e segundo Mark
Noel, o criacionismo moderno, imergiu dos esforços mais diligentes dos
Adventistas do Sétimo Dia, outro detalhe a ser observado é que enquanto o
fundamentalismo islâmico trava uma guerra sócio-politica com o ocidente
modernista, os evangélicos “fundamentalistas” mantém um conflito ideológico
contra a teoria evolucionista.
Em
resumo, há probabilidades que tanto a ala liberal que se opõe ao
fundamentalismo, quanto a ala conservadora podem ser os agentes que propagarão
a perseguição aos sabatistas, particularmente, acredito que o ultimo grupo tem
mais chances de efetuar tal ação. Por fim, o livro traz uma leitura muito boa e
que produz uma reflexão profunda sobre o papel dos Estados Unidos, do
Protestantismo Reformado e do Adventismo no cenário profético.
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